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Tdah e Memória

TDAH E MEMÓRIA PROSPECTIVA

Memória prospectiva é a memória do que ainda vai acontecer – compromissos agendados para o futuro, como consultas médicas, compromissos sociais, reuniões de trabalho, etc.

Pessoas com TDAH têm problemas com a memória prospectiva e sem um lembrete do que precisam fazer, na maioria das vezes, elas simplesmente esquecem.

Quem convive com pessoas com TDAH, pode achar difícil de compreender isso, especialmente porque em alguns aspectos, as pessoas com TDAH podem ter uma habilidade incrível para lembrar fatos aleatórios.

Para devolver um livro na biblioteca, por exemplo, uma pessoa precisa manter em mente o que ‘tem que fazer’ e acionar a memória no momento certo, ou seja, um pouco antes de passar pela biblioteca. Pessoas com TDAH tem com sua memória disfuncional para tarefas cotidianas, podem se lembrar de que devem devolver o livro muito antes de passar pela biblioteca – e logo em seguida esquecer – ou lembrar muito depois, quando não há mais tempo para devolvê-lo. Essas pessoas são inábeis no manejo e resgate da memória operacional – literalmente perdem o ‘timing‘ – imperitos na organização temporal da ação para dar a resposta no momento certo; nem antes, nem depois.

Pode parecer inofensivo a princípio, mas quando multiplicado por todas as tarefas e eventos que precisam ser realizados, é fácil perceber que se torna um grande problema, não só para quem tem TDAH, como para pessoas que convivem com eles.

Esquecer-se de pegar os filhos na escola, de pagar uma conta que está vencendo, de comparecer a uma consulta médica ou a um compromisso de trabalho, são coisas toleradas socialmente, quando eventuais. No entanto, se ocorrem com frequência diária, como no caso das pessoas com TDAH, acabam por se tornar problemas maiores, como desgaste dos relacionamentos conjugais, demissões, dívidas financeiras, entre outras tantas coisas, causando um tumulto crescente e contínuo na vida da pessoa.

Lembretes!

Uma das formas de minimizar as consequências negativas da falha na memória prospectiva é fazer uso de lembretes. Os lembretes funcionam como um HD externo para o TDAH.

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Lembretes auditivos, tais como mensagens gravadas e despertadores podem ajudar, bem como listas de tarefas e agendas escritas ou digitais. Contudo, os lembretes visuais perduráveis (que ficam ao alcance visual continuamente) tendem a ser mais eficazes, uma vez que permanecem ativando a memória do que ‘deve ser feito’.

Observe, se uma pessoa com TDAH programa o despertador para avisá-la de um compromisso ou tarefa que deverá ser executada em horário determinado, isto funcionará bem, se for possível executar a tarefa imediatamente. Por exemplo, um lembrete auditivo para tomar um remédio funcionará bem se a pessoa estiver em posse do medicamento naquele exato momento: O despertador toca, ela toma o remédio. Se a ação não for realizada imediatamente ao sinal do alarme, certamente, ela vai esquecer.

É bastante frequente relatos de pessoas com TDAH, que apesar de terem anotado um compromisso na agenda, ainda assim esquecerem tal compromisso. Isto ocorre porque se esquecem de olhar a agenda, ou porque se esquecem de carregar a agenda consigo, ou ainda porque checam a agenda de manhã, por exemplo, e veem que têm compromisso a tarde, mas ao fechar a agenda – nesta janela de tempo entre a checagem e o momento preciso do compromisso – se esquecem outra vez.

Neste sentido, quadros de avisos ou bilhetes posicionados em locais de fácil e continuo acesso visual, para pessoas com TDAH, podem ser mais eficazes, uma vez que ativam a memória dos compromissos continuamente.

É importante dizer que, para que os lembretes visuais funcionem efetivamente, é preponderante não deixar bilhetes acumulados uns sobre os outros e evitar a poluição visual com muitas frases ou rabiscos no quadro de avisos. O excesso de informação visual gera desordem, e neste caso a pessoa com TDAH acabará desistindo de checar os bilhetes e mesmo de olhar para o quadro.

De qualquer forma, não se pode desistir diante da dificuldade de organização. Com persistência, disciplina, uso de estratégias e uma pitada de criatividade, a pessoa com TDAH pode sim desenvolver uma vida funcional.

Fonte: https://tdah.org.br/tdah-e-memoria-prospectiva/

psicopedagogia

Você sabia que brigas constantes entres pais podem deixar as crianças emocionalmente inseguras?

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Pesquisadores norte-americanos acompanharam o desenvolvimento de crianças em 235 famílias durante sete anos para descobrir quais efeitos as brigas entre os pais teriam sobre elas. A conclusão foi a de que os filhos de casais que estão em constante “pé de guerra”, e brigam de forma agressiva, têm mais chance de serem emocionalmente inseguros quando adolescentes, enfrentando problemas como depressão e ansiedade. Segundo a psicanalista Vera Blondina, do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp, a maior probabilidade de uma briga causar prejuízos à criança é quando os pais manifestam violência, tanto física quanto psíquica. “Fazer o outro passar vergonha, colocá-lo em posição inferior ou usar nominações pejorativas como ‘burra’ é muito ruim. Essas situações presenciadas pelo filho fazem com que ele tenha receio de que vai perder um dos pais”, diz.
O outro lado da discussão
Sim! Pode parecer estranho para você, mas se a discussão for saudável, em que cada um expõe seu ponto de vista para chegar a um ponto em comum, sem agressões físicas ou ofensas dirigidas, ela pode agregar valores para a criança. Afinal, é no ambiente doméstico que ela aprende a se relacionar, a lidar com conflitos, frustrações e diferenças. “Os pais educam por meio do exemplo.
É nesse momento também que a criança percebe que as relações humanas são permeadas por conflitos, mesmo entre pessoas que se amam. Isso elimina aquele estigma de que só briga quem se odeia.Bom senso
Para que os desentendimentos entre você e seu marido não sejam prejudiciais para o seu filho é preciso maturidade. Nem tudo deve ser conversado na frente da criança.
Fonte: Marcela Bourroul (Revista Crescer)

psicopedagogia

O que é Distúrbio do Processamento Auditivo Central- DPAC

O Distúrbio do Processamento Auditivo Central é caracterizado por uma falha no desenvolvimento das habilidades perceptivas auditivas mesmo com audição normal. O DPAC é totalmente diferente da perda auditiva. Em geral encontra-se associado as dificuldades de aprendizagem. Crianças portadoras desse distúrbio de aprendizagem tem dificuldades em vários aspectos do processamento auditivo linguistico e apresentam falhas cognitivas. É possível que comprometimentos lingüísticos ou cognitivos possam ser resultantes de problemas perceptuais.

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Kozlowski (1997) apontou para a existência de que um grande número de casos é hereditário, pais e filhos apresentam características semelhantes: Otites frequentes durante os 3 (três) primeiros anos de vida; processos alérgicos respiratórios tais como: sinusites, rinites e até mesmo refluxo gastro-faríngeo estão comumente associados.

 ALGUNS SINAIS QUE PODEM AJUDAR A IDENTIFICAR O DISTÚRBIO

A fonoaudióloga Lana Bianchi (2012), explica que a alteração no processo auditivo central pode ser precedida diante de algumas observações que podemos detectar na criança:

  • Mostra-se excessivamente desatenta;
  • Apresenta reações exacerbadas para sons intensos;
  • Tem uma reação lenta ao responder a estímulos auditivos (aumento do tempo de 
latência das respostas);
  • Tem dificuldade na localização sonora;
  • Tem dificuldade em acompanhar uma conversa quando muita gente fala ao 
mesmo tempo;
  • Confunde a ordem dos fatos ou não compreendem uma história ou anedota com 
duplo sentido;
  • Não atende prontamente quando é chamado ou necessita que o chamemos 
muitas vezes para que responda;
  • Tem dificuldade em pronunciar o /R/ e o /L/;
  • Fica confuso ao narrar uma história ou quando tem que dar um recado;
  • Apresenta dificuldades na escola, principalmente nas disciplinas de Matemática 
e de Português;
  • Demora muito para conseguir aprender a ler e a escrever;
  • Troca muito às letras na escrita;
  • Tem uma má caligrafia;
  • Confunde-se sistematicamente ao identificar e a distinguir a direita da esquerda;
  • Não consegue entender corretamente os textos que leem;
  • Tem dificuldade em memorizar as coisas;
  • É muito agitado ou, pelo contrário, quieto demais;
  • Solicitam a repetição de informações auditivas;
  • Procuram pistas visuais no rosto do falante;
  • Tem histórico de infecções repetitivas nos ouvidos (otites) principalmente nos 
primeiros anos de vida.

Após confirmado a  dificuldade de processamento auditivo central, a primeira providência recomendada é consultar um médico otorrinolaringologista. Após verificar que não há perda auditiva, ou esta seja mínima, passa-se então para a avaliação do processamento auditivo, por meio de exame específico chamado PA (Processamento Auditivo). Nem sempre o exame é detectável pelos exames PA, sendo necessária a intervenção  psicopedagógica para avaliar o comportamento auditivo.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Alguns sinais podem indicar que a criança apresenta a DPAC,  além das dificuldades de aprendizagem típicas do transtorno, a criança age como se não quisesse escutar ou apenas ouvisse quando há interesse. Nos primeiros anos de alfabetização, a criança não identifica sílabas e vogais, tem a memória atrapalhada, é desatenta, parece que tem preguiça. Por volta dos 2 anos de idade, a criança já tem capacidade de saber de onde vêm os sons.

Caso você chame a criança de um ambiente, quando ela se encontre em outro próximo e ela não consiga identificar onde você está, isso também pode ser sinal da DPAC. Um jovem com o distúrbio não compreende entonações de voz diferentes, piadas ou frases de duplo sentido. Uma tarefa simples como falar ao telefone se torna um tormento.

ALGUNS SINAIS QUE PODEM AJUDAR A IDENTIFICAR O DISTÚRBIO :

A fonoaudióloga Lana Bianchi (2012), explica que a alteração no processo auditivo central pode ser precedida diante de algumas observações que podemos detectar na criança:

  • Mostra-se excessivamente desatenta;
  • Apresenta reações exacerbadas para sons intensos;
  • Tem uma reação lenta ao responder a estímulos auditivos (aumento do tempo de 
latência das respostas);
  • Tem dificuldade na localização sonora;
  • Tem dificuldade em acompanhar uma conversa quando muita gente fala ao 
mesmo tempo;
  • Confunde a ordem dos fatos ou não compreendem uma história ou anedota com 
duplo sentido;
  • Não atende prontamente quando é chamado ou necessita que o chamemos 
muitas vezes para que responda;
  • Tem dificuldade em pronunciar o /R/ e o /L/;
  • Fica confuso ao narrar uma história ou quando tem que dar um recado;
  • Apresenta dificuldades na escola, principalmente nas disciplinas de Matemática 
e de Português;
  • Demora muito para conseguir aprender a ler e a escrever;
  • Troca muito às letras na escrita;
  • Tem uma má caligrafia;
  • Confunde-se sistematicamente ao identificar e a distinguir a direita da esquerda;
  • Não consegue entender corretamente os textos que leem;
  • Tem dificuldade em memorizar as coisas;
  • É muito agitado ou, pelo contrário, quieto demais;
  • Solicitam a repetição de informações auditivas;
  • Procuram pistas visuais no rosto do falante;
  • Tem histórico de infecções repetitivas nos ouvidos (otites) principalmente nos primeiros anos de vida.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGOGICA

Apesar da gravidade do problema a DPAC tem cura. Uma das principais responsáveis pela pesquisa da terapia para o distúrbio no Brasil, a fonoaudióloga Liliane Desgualdo Pereira citada por Munhoz (2011) argumenta que o tratamento consiste em dar às pessoas os sons que elas deveriam ter ouvido durante as fases de desenvolvimento do processamento auditivo.

Além do tratamento com o Fonoaudiólogo, é importante que haja também um acompanhamento psicopedagógico. Os maiores danos da DPAC são na autoestima e no processo de aprendizagem. Depois de curada, uma pessoa pode ainda se achar incapaz. Afinal, não é fácil para um ex-paciente se acostumar com a ideia de que é inteligente depois de ter passado décadas acreditando que não ser.

A psicopedagogia é uma das áreas envolvidas na avaliação das dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, pois, se trata de uma área que estuda o processo de aprendizagem do ser humano, com todas as suas variações, utilizando-se dos conceitos da Psicologia e da Pedagogia para avaliar e intervir nas situações de aprendizagem. Assim, a psicopedagogia como ciência, considera o desenvolvimento esperado e o desenvolvimento real, levando em conta as possíveis diferenças individuais e culturais. Na base da psicopedagogia, está o conceito de desenvolvimento humano, que direciona o trabalho psicopedagógico.

O transtorno do processamento auditivo prejudica algumas potencialidades acarretando déficits tais como: déficit decodificação auditiva, integração auditiva associação auditiva organização de saída e função não-verbal .(BELLIS, 1996). Os profissionais da fonoaudiologia e da psicopedagogia devem considerar tais déficits para que seja feita uma reeducação frente a estas dificuldades.

 

Referências:

Fonte: http://revistas.cesmac.edu.br/index.php/psicologia/article/view/260O <Distúrbio do Processamento Auditivo Central e a Intervenção Psicopedagógica acessado em:02 de janeiro 2008

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Vínculos Afetivos e a Fragilidade das Relações

É evidente a correlação entre o imediatismo tecnológico e a fragilidade do laço social. Até que ponto pode ser dizer que esse novo modelo de sociedade foi capaz de produzir indivíduos mentalmente saudáveis?

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A psicologia nos fala da necessidade de pertencimento, nesse novo modelo a quem se pertence?
É importante construirmos pontes para discussão sobre as questões que afetam o desenvolvimento saudável das pessoas, é momento de reflexão sobre os aspectos relevantes trazido pela modernidade líquida.
Estamos inseridos em uma cultura da pressa, do agora, da satisfação imediata. Sendo que nós não somos imediatos, temos um tempo interno, somos subjetivos, necessitamos de afeto e segurança.
“Quando se trata de sexualidade, o narcisismo afasta o amor físico de qualquer compromisso, seja ele pessoal ou social. Isso leva a uma busca insassiável de auto-satisfação que é barrada pelo eu como forma de se proteger. As pessoas procuram relacionar-se, ou seja, medir se o outro preocupa-se consigo mesmo, mas para isso, precisam verificar se ele está aberto, quer dizer, é um disfarce para medir a interação social no que diz respeito à permuta de confissões (Sennett, 1988, p. 90).
O vínculos afetivos são primordiais para desenvolvimento afetivo, são necessários para construção de uma rede de apoio. Os vínculos afetivos são essenciais para se viver em sociedade.
Sendo que nesse novo modelo de sociedade imediatista e hedonista, onde se preconiza a não vinculação, tanto no campo da amizade ou relacionamentos amorosos, pelo medo de torna-se “preso” ao outro, os vínculos são dispensáveis, já que relacionamentos exigem manutenção. Para Ricotta, 2002 “Estabelecer vínculos é um processo constante no qual todos os sujeitos estão expostos.
Vincular-se a alguém traz responsabilidades, exige respeito aos limites e ao espaço do outro.
“Algumas pessoas apresentam dificuldades em respeitar a individualidade do outro, não tendo a clareza de que a formação do vínculo dá-se, além de tudo, a partir do respeito, da disposição e da aceitação.”( Santos 2008. pg.32).
Embora saiba-se da importância de colocar-se como prioridade, nesse novo modelo social, o narcisismo exagerado impera e prejudica as relações. Nesse modelo imediatista, ao mesmo tempo em que traz uma visão de autossuficiência em contrapartida retrata a fragilidade dos vínculos, as relações sociais tem se tornado superficiais e frágeis, sem contato e sem profundidade favorecendo ainda mais manutenção do vazio interno.

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Da Angústia ao suicídio

Você já pensou o que leva uma pessoa a tirar a própria vida?
Por que falar em suicídio ainda é um tabu já que tornou-se algo tão presente em nossa sociedade?
O suicídio terá um aumento significativo nos próximos anos e mesmo assim o tema é pouco abordado.
As angústias vivenciadas por algumas pessoas têm sido tão profundas que têm levado ao rompimento da própria vida.
O que há por traz de cada história ? O que há por traz das tentativas de suicídio? O que o suicida quis comunicar?

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Muitas pessoas que partiram para esse fim eram pessoas que tinham um profundo desejo de viver, mas por não suportarem a dor, o medo, a vergonha, sentimentos de culpa, escolheram o rompimento da vida como meio para dar um fim às suas angústias.
Muitas tentativas de suicídios e ameaças, são na verdade um grito, um pedido de socorro.
O desejo de morrer revela a ambivalência entre a vida e a morte, retrata o desejo de dar um fim as angústias, como um pedido de socorro para continuar vivo.
Esse sentimento de angústia que acomete as pessoas com desejo de morrer as corrói por dentro turvando suas mentes, fazendo com que sua percepção sobre si e sobre o mundo seja pessimista.
“Essa vida se torna tão insuportável que o indivíduo acaba buscando a morte como uma alternativa à vida, não apenas pelo desejo de morrer. A morte não é o que o suicida deseja, porque ele nem mesmo sabe o que seria a morte, o que deseja é fugir do sofrimento. (Macedo(2007) apud Lage 2013)”
O sentimento de desamparo vivido pelo sujeito afeta diretamente sua autoestima. O ego sente-se desvalorizado tornando passível a punição, levando ao desapego da vida.
Vivemos em uma sociedade onde os laços sociais estão fragilizados. Não cabem nesse modelo imediatista nenhuma forma de tristeza e melancolia. Essa nova era da “felicidade virtual” passou a “substituir rapidamente esses laços, o que gera um vazio ainda maior, solidão e tédio, aumentando ainda mais o nível de angústia” ( Lage 2013)
Muitas pessoas que passam por esse estágio costumam sentir-se sozinhas e desamparadas.
É importante que amigos e familiares, que conheçam pessoas que expressem esse desejo, fiquem atentos e busquem ajuda.

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Dismorfia Corporal Você sabe o que é?

Muitos já ouviram falar sobre anorexia, bulimia e outros transtornos alimentares. E a Dismorfia Corporal você conhece?

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A dismorfia corporal é caracterizada pela insatisfação corporal de forma inadequadamente exagerada. Algumas pessoas por não se considerarem dentro dos padrões sociais expressam comportamentos exagerados pela busca do “corpo ideal”. Costumam-se fixar em pontos específicos do corpo como: “não gosto do meu quadril, não gosto do meu nariz, minhas coxas são muito grossas, etc”. Geralmente o sentimento de insatisfação com o corpo inicia-se com queixas categóricas até estenderem-se para a insatisfação total do corpo.
Em alguns casos, algumas pessoas recorrem a cirurgias, utilizando desses recursos reparadores de forma abusiva. Outras se afastam do convívio social por considerarem-se inadequados. Como essa insatisfação é interna, e está ligada a uma insatisfação inconsciente, esta relação, sujeito e o corpo é simbólica. O indivíduo mesmo recorrendo a recursos invasivos na busca de alcançar o corpo ideal, continuará insatisfeito.
O diagnóstico para Dismorfia Corporal pode ser confuso, pois quem desconhece o transtorno poderá confundir com excesso de vaidade, ou esbarrar-se no diagnóstico do transtorno da Vigorexia.
Esse tema deve ser levado a sério, devemos estar atentos, esse transtorno afeta diretamente a autoestima da pessoa e sua relação com o mundo.
Segundo DSMV- a Dismorfia Corporal é caracterizada por:
* preocupação com um defeito na aparência (Critério A). O defeito é imaginado ou, se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva (Critério A).
* preocupação deve causar sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério B). A preocupação não é melhor explicada por outro transtorno mental (por ex., insatisfação com a forma e o tamanho do corpo na Anorexia Nervosa) (Critério C).
* As queixas geralmente envolvem falhas imaginadas ou leves na face ou na cabeça, tais como perda de cabelos, acne, rugas, cicatrizes, marcas vasculares, palidez ou rubor, inchação, assimetria ou desproporção facial, ou pêlos faciais excessivos.
* Outras preocupações comuns incluem o tamanho, a forma ou algum outro aspecto do nariz, olhos, pálpebras, sobrancelhas, orelhas, boca, lábios, dentes, mandíbula, queixo, bochechas.”

O indivíduo que sofre desse transtorno costuma agir de forma obsessiva em relação à sua aparência, como forma de camuflar a sua “imperfeição” acaba adquirindo habitos como: checar sua aparência no espelho repetidamente, escovar execivamente o cabelo, exagerando nos cuidados diários. Esse transtorno costuma apresentar outras comorbidades como: depressão, abuso de bebidas alcoólicas, anorexia, bulimia, entre outros.
O tratamento para esse transtorno é feito de forma conjunta com a psiquiatria e a psicoterapia.

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Dislexia e o processo de encorajamento

O livro “ João, presta atenção!”, conta a história de um menino que foi diagnosticado com dislexia, que passou por dificuldades no processo escolar. Esse livro nos mostra que uma criança que está bem amparada pela família, escola e recebe o tratamento adequado, tem a possibilidade de desenvolver-se de forma mais segura.

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(Livro pode ser acessaso por aqui : http://www.dislexia.org.br/wp-content/uploads/2016/09/Joao-preste-Atencao.pdf)

Precisamos encorajar nossas crianças, pois existem inúmeras delas que são rotuladas e deixadas fora do processo de aprendizagem por terem uma forma diferente de aprender.
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobilógica.
“Ela é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Essas dificuldades na decodificação de palavras simples não são esperadas em relação à idade. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem com frequência, incluídos aí os problemas de leitura, aquisição e capacidade de escrever e soletrar. (IANHEZ; NICO, 2002)”
Seu diagnóstico exige um olhar multiprofissional, onde os profissionais envolvidos estejam abertos para trocar informações para confirmar o diagnóstico.
Os sistemas mais comuns são segundo Ponçano 2007:

*desempenho inconstante;
*demora na aquisição da leitura e escrita;
*lentidão nas tarefas de leitura e escrita, mas não nas orais;
*dificuldade com os sons das palavras e, consequentemente, com a
soletração;
*escrita incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de
fonemas;
*dificuldade em associar o som ao símbolo;
dificuldade com a rima (sons iguais no final das palavras) e
aliteração (sons iguais no início das palavras);
*discrepância entre as realizações acadêmicas, as habilidades
linguísticas e o potencial cognitivo;
*dificuldade com associações, como, por exemplo, dos rótulos aos
seus produtos;
*dificuldade com organização sequencial, por exemplo, as letras do
alfabeto, os meses do ano, tabuada, etc.
dificuldade em nomear objetos, tarefas etc;
*dificuldade em organizar-se temporal (hora) e espacialmente (antes
e depois) e com direção (esquerda e direita);
*dificuldade em memorizar números de telefones, mensagens, fazer anotações, ou efetuar alguma tarefa que sobrecarregue a memória imediata;
*dificuldade em organizar tarefas;
*dificuldade com cálculos mentais;
desconforto ao tomar notas e/ ou relutância para escrever;
*persistência no mesmo erro, embora conte com ajuda profissional.

Não é a criança que tem que adaptar-se ao ensino, mas a Escola, junto aos profissionais, deve possibilitar condições para que este aprendizado aconteça. Quando uma criança é excluída desse sistema, ainda que não seja uma exclusão formal, viola-se todo direito a esta a educação . Segundo Art. 205 da constituição. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

A criança deve ser vista a partir de suas habilidades e estas devem ser estimuladas, não devemos usar um diagnóstico como métodos de exclusão, mas como a possibilidade de incluir essa criança no sistema como um todo. Não subestime o potencial de uma criança, não lhe roube suas expectativas, deem a ela asas e possibilidades para grandes voos.

Tatiane Navega
Psicóloga / Psicopedagoga

 

 

 

 

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Desenvolvendo as emoções nas crianças

Saber lidar com as emoções é um exercício que deve ser colocado em prática desde a primeira infância. Essas habilidades são conhecidas como funções executivas. Elas são necessárias para controlar nossas emoções, ações e pensamentos.

As funções executivas são desenvolvidas ao longo do processo de maturação das crianças .

As funções executivas são divididas em:

“• Autocontrole – para ser menos impulsivo e mais focado;

• Memória – para manter as informações na mente e fazer ligações entre elas;

• Flexibilidade cognitiva – para usar a criatividade e a imaginação na resolução de problemas.” ( Fonte: Fundação Maria vidal)

Os pais e os professores são muito importantes para ajudar a desenvolver essas habilidades que são essenciais para suas realizações na vida adulta.

Uma criança que sabe lidar com suas emoções tem menos chances de adoecer internamente.

Tatiane Navega

Psicóloga/Psicopedagoga

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Liberdade exige responsabilidade em conhecer-se

O que leva a pessoa a manter-se numa posição de insatisfação? Insatisfação no emprego, relações, vida pessoal, profissional, funcionamento destrutivo, etc? Poderíamos dizer que isso é liberdade?

Livre por manter-se preso, ou infeliz por estagnar-se? Como funciona essa liberdade em viver a realizar determinados atos que não quer fazer?

Para entendemos melhor essa concepção de liberdade retomo os conceitos de Sartre , essa liberdade em sua teoria é um conceito ontológico, ela é definidora da realidade humana. Nessa concepção a liberdade não é algo a ser conquistado pelo homem, ela faz parte da realidade. Para Sartre o homem é a liberdade, essa liberdade é algo a ser exercido e não conquistado .”Ela está inteiramente abandonada, sem nenhuma ajuda de nenhuma espécie, entregue a sua insustentável necessidade de se fazer ser até os mínimos detalhes. Assim, a liberdade não é um ser: ela é o ser do homem, ou melhor, seu nada de ser. (…)“. (Sartre 1943, p. 516 )

Essa liberdade gera angústia, pois ela exige responsabilidade. Exige escolhas e renúncias . Um indivíduo que escolher estagnar-se por medo de falhar, ou decide nada escolher, ele já fez uma escolha e não estará livre da angústia e das responsabilidades desta. “( O homem não poderia ser ora livre e ora escravo: ou ele é inteiro e sempre livre ou não o é. (Sartre 1943, p. 516).

Em Psicanálise a liberdade é um termo difícil e complexo, ao falar em liberdade direciono-me ao inconsciente onde este se abre a liberdade . Pois o pensar conduziria a liberdade. Como no caso das histéricas de Freud, ele fez um grande avanço nesse sentido ao ver a relação da histeria com a sexualidade infantil, fazendo com que a sociedade se libertasse do mito concernente à sexualidade. Em seu livro “O Mal estar da civilização” a liberdade é enfatizada em duas vertentes: a primeira está ligada à civilização que se revolta com as injustiças objetivando o seu aprimoramento; a segunda se confronta com o desenvolvimento da civilização (personalidade original), na medida em que resiste ela se alia aos processos de pulsão de morte, tendo como consequência os mecanismos de agressividade. “Podemos, portanto, localizar a liberdade apartada no nível da realização pulsional e também na própria constituição do sujeito, uma vez que seu superego pressiona, não permitindo liberdade, nem ato e nem desejo, configurando-se como uma autoridade interna que agencia o sentimento de culpa. Que não é sentida como tal, parte permanece inconsciente, enquanto a outra aparece sob forma de mal-estar. “( p.04 Breder 2010). Para Freud os homens pagam um preço ao avançarem, seus avanços não conciliam com a felicidade, os seus sentimentos de culpa supressionam a liberdade.

A concepção de liberdade torna-se difícil pois depende de qual ponto teórico irá tomar como ponto de partida.

No livro Psicanálise e liberdade – a analise como processo de emancipação, Freud mostra a necessidade da insubordinação ou a doença psíquica como privação da liberdade interior. A liberdade estaria relacionada ao processo de cura.

Referências:

Schneider,Daniela Ribeiro Liberdade e dinâmica psicológica em Sartre.Nat. hum. v.8 n.2 São Paulo dez. 2006

 

SARTRE, Jean-Paulo. O ser e o nada: ensaio ontologia fenomenologia. Petrópolis. Vozes. 1943

 

GAIARSA, Andre. Psicanálise e Liberdade: análise dos processos de emancipação. Editora Zangodoni. 2013

Tatiane Navega

Psicóloga

Sem categoria

Por que algumas pessoas têm dificuldade em dizer não?

Muitas vezes o não está ligado à desagradar o outro, não querer decepcionar ou não querer encarrar o conflito que este não pode ocasionar. O não é revelador de caráter e maturidade, assumir uma postura diante do outro. Deixar de passivo e tonar-se ativo nas próprias escolhas. Dizer sim a tudo e negar suas próprias vontades, e querer passar para o outro a imagem do quanto é “ bonzinho”.

O “bonzinho” geralmente é aquele se anula, é desvalorizado em suas escolhas, desejos e vontades.

Uma pessoa que sabe dizer não é alguém que sabe o que quer e o que não quer, sabe valorizar-se.

Uma pessoa com dificuldades de dizer não geralmente “São pessoa sem vontade, sem desejo. São geralmente pessoas tristes que precisam apenas aprender que podem ter uma voz , e mais do que isto, tem o direito de falar.” Oliveira 2007)

Exerça o não, ele é libertador!

Tatiane Navega

Psicóloga/Psicopedagoga

Referências:

http://www.psicologiasdobrasil.com.br/